quinta-feira, 22 de setembro de 2011

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Cúrcuma contra o câncer de cabeça e pescoço

A curcumina, principal componente da cúrcuma, conhecida também como turmérico, açafrão-da-índia, açafroa ou gengibre amarelo, empregada no preparo do condimento indiano curry, demonstrou ser capaz de suprimir uma via de sinalização celular que impulsiona o crescimento do câncer de cabeça e pescoço, de acordo com um estudo piloto usando saliva humana, desenvolvido por pesquisadores do Jonsson Comprehensive Cancer Center. O estudo aparece em 15 de setembro na revista Clinical Cancer Research, da Associação Americana de Pesquisa do Câncer. Encontrar maneiras de tratar melhor cânceres de cabeça e pescoço é vital para os pacientes, que muitas vezes ficam desfigurados pela cirurgia, perdendo partes da língua ou boca.

Segundo a Dra. Marilene Wang, professora de cirurgia de cabeça e pescoço e autora sênior do estudo, ficou demonstrado que a curcumina pode trabalhar na boca dos pacientes com neoplasias de cabeça e pescoço e reduzir atividades que promovam o crescimento do câncer. "E não somente afetou o câncer, inibindo um fator crítico de sinalização, mas a própria saliva, reduzindo citocinas pró-inflamatórias dentro dela."

Há muito conhecida por suas propriedades medicinais, a cúrcuma, à qual se atribuí ação anti-inflamatória, é uma especiaria que ocorre naturalmente e é amplamente utilizada na cozinha do Sul da Ásia e do Oriente Médio.

Estudos anteriores demonstraram que ela pode suprimir o crescimento de certos tumores. Na Índia, as mulheres há anos a utilizam como um agente antienvelhecimento (esfregam na pele), para tratamento de cólicas durante a menstruação e como um emplastro sobre a pele para promover a cicatrização de feridas.

Neste estudo, foram coletadas amostras de saliva de 21 pacientes com câncer de cabeça e pescoço, antes e depois de terem mastigado dois comprimidos de curcumina, totalizando 1.000 miligramas.

Em estudo de 2005, feito por Wang e sua equipe, ficou demonstrada a capacidade da curcumina, primeiro suprimindo o crescimento do câncer de cabeça e pescoço em células e, em seguida, em modelos de cobaia. Nos estudos em animais, a curcumina foi aplicada em forma de pasta diretamente sobre os tumores. Em outro estudo, em 2010, também feito em células e em modelos de ratos, os pesquisadores descobriram que a curcumina suprimia o crescimento do câncer de cabeça e pescoço através da regulação do ciclismo celular, disse o cientista Eri Srivatsan, professor adjunto de cirurgia e pesquisador que, juntamente com Wang, vem estudando a curcumina e suas propriedades anticâncer há sete anos.

Foram enviadas amostras-cegas a um laboratório independente, em Maryland, que confirmou os resultados - as citocinas pró-inflamatórias na saliva que ajudam a alimentar o câncer foram reduzidas nos pacientes que tinham mastigado a curcumina.

Os pesquisadores acreditam que a curcumina pode ser combinada com outros tratamentos, como quimioterapia e radioterapia para tratar câncer de cabeça e pescoço, e também poderá talvez ser administrada em pacientes com alto risco de desenvolver cânceres de cabeça e pescoço, como fumantes, aqueles que mascam tabaco e pessoas com o vírus HPV.

A curcumina foi bem tolerada pelos pacientes e não resultou em efeitos tóxicos. O maior problema era a boca e os dentes, que ficaram com uma cor amarelo brilhante.

Para ser eficaz no combate ao câncer, a curcumina pode ser utilizada em forma de suplemento. Apesar de ser usada na culinária, a quantidade de curcumina necessária para produzir uma resposta clínica é muito maior. Esperar um efeito positivo através da ingestão de alimentos condimentados com açafrão não é realista, disse Wang.

O próximo passo para Wang e sua equipe é tratar pacientes com curcumina por longos períodos de tempo para ver se os efeitos inibitórios podem ser aumentados. Eles planejam tratar pacientes com câncer, programados para a cirurgia, por algumas semanas antes do procedimento.

"Há potencial aqui para o desenvolvimento da curcumina como tratamento adjuvante para o câncer", disse Wang. "Não é tóxica, é bem tolerada, barata e facilmente obtida em qualquer loja de alimentos saudáveis. Embora este seja um estudo piloto promissor, é importante expandir nosso trabalho para um universo maior de pacientes, para confirmar nossos resultados."

Traduzido daqui. Ilustração do Googleimages. Editorial pelo autor do blog.

1 Comentário:

Solange disse...

Olá Daniel, interessante e esclarecedora seu post, parabéns. E você como está?
Tenha um final de semana bem florido
Beijos da Sol