Desde o início deste ano hospitais e entidades
conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) estão recebendo menos pelo
tratamento de pacientes com câncer no sangue – leucemia mielóide crônica – e
linfomas malignos. Duas portarias do Ministério da Saúde, publicadas em 17 de
dezembro de 2010 e que entraram em vigor em janeiro, reduzem entre 9% a 22% o
valor do tratamento dessas enfermidades.
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uatro procedimentos
tiveram queda: quimioterapia paliativa do tumor do estroma gastrintestinal com
marcador positivo, que passou de R$ 3.175,40 para R$ 2.489,00; quimioterapia da
leucemia mielóide crônica em fase blástica – marcador positivo – 1ª linha, que
caiu de R$ 4.754,60 para R$ 3.725,00; quimioterapia da leucemia mielóide
crônica em fase crônica – 1ª linha, que teve queda de R$ 3.175,40 para R$
2.489,00 e quimioterapia da leucemia mielóide crônica em fase de transformação
– marcador positivo – 1ª linha, cujo repasse era de R$ 4.754,60 e baixou para
R$ 3.725,00.
Outro tratamento
afetado é o de linfoma difuso de grandes células B, câncer do Sistema Linfático.
O valor pago pelo governo federal por procedimento quimioterápico caiu de R$
6.804 para R$ 6.164. Segundo médicos e hospitais, a quantia agora é suficiente
para custear apenas o valor equivalente a um dos remédios usados no tratamento,
o anticorpo monoclonal Rituxan (Rituximab, ou Mabthera). As outras quatro
substâncias do protocolo (ciclofosfamida, doxorrubicina, vincristina e
prednisona) que fazem parte do esquema quimioterápico, não estariam cobertas.
Segundo o Instituto
Nacional de Câncer (Inca), cerca de 12 mil novos casos de linfomas são
registrados no Brasil anualmente. O SUS trata 80% destes casos.
Aumentam
recursos para o atendimento no SUS de 300 mil brasileiros com câncer
O Ministério da Saúde
anuncia que aumentou o volume de recursos para atendimento de pacientes com
câncer na rede do Sistema Único de Saúde (SUS). O investimento nessa área
saltou de R$ 1 bilhão, em 2003, para uma estimativa de R$ 2,2 bilhões este ano.
Em 2003, segundo dados do ministério, ocorreram 19,7 milhões de atendimentos,
que consumiram este R$ 1 bilhão. Para este ano, a previsão é de 27,8 milhões de
procedimentos, ao custo de R$ 2,2 bilhões.
Atualmente, o sistema
conta com 270 unidades de serviço especializado para a oferta e assistência de
cerca de 300 mil brasileiros que, anualmente, recorrem ao SUS para tratar o
câncer. O aumento de procedimentos oncológicos ocorreu em serviços como exame
vaginal, mamografia, cirurgia oncológica, quimioterapia e radioterapia. Ao
todo, são mais de 70 procedimentos nessa área. Recentemente, foram incluídas
novas formas de tratamento do câncer de fígado, mama, linfoma e leucemia aguda.
O governo anuncia
ainda que o Brasil está se tornando, gradualmente, independente do mercado
internacional de medicamentos, o que barateia os custos. Segundo o ministério,
alguns fatores respaldam a decisão de se trabalhar pela redução de preços: o
ganho em escala do SUS, a desvalorização do dólar, que é moeda referencial na
definição de preços internacionais, a introdução de genéricos e o licenciamento
compulsório, que é a quebra de patentes.
O Ministério da Saúde
investe ainda em pesquisas oncológicas, das mais variadas, como no desenvolvimento
de uma vacina para combater o câncer de próstata, no estudo do efeito dos
alimentos na qualidade de vida dos pacientes, na clonagem de um gene para uso
contra o câncer de colo, entre outras.
1 Comentário:
Fiquei esclarecida ao ler o seu post. E, estarrecida! O cancro não pode continuar a ser uma sentença de morte! E, se tivermos em conta que ele se vai disseminar por toda a população...como se de uma gripe estivéssemos a falar! Tem de haver movimentos cívicos que façam pressão sob o vosso governo para haver igualdade de direitos no acesso ao tratamento do cancro. Quanto aos genéricos, alguns hospitais, em Portugal, aplicam-nos. Mas, os efeitos secundários, estão a der diversos dos efeitos provocados pelos outros fármacos. Mas, venham os efeitos secundários se eles forem sinónimo de caminho para a cura!
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