O câncer é difícil de
tratar porque é uma doença pessoal. Cada caso é
único e resultado de uma combinação de fatores ambientais e genéticos. A
quimioterapia convencional emprega o tratamento com uma ou mais drogas,
admitindo que estes medicamentos sejam capazes de tanto diagnosticar como
tratar as células afetadas.
Muitos dos efeitos colaterais
experimentados por pacientes de quimioterapia são devidos ao fato de que as
drogas que tomam não são seletivas o suficiente. Tomar
um medicamento que tem como alvo as células do tumor de crescimento rápido,
freqüentemente resulta em perda de cabelo, por exemplo, porque as células do
folículo piloso estão entre as que mais crescem no corpo.
Mas o que aconteceria
se tivéssemos tratamentos contra o câncer que funcionassem como um programa de
computador, que pode executar ações com base em instruções condicionadas? Neste
caso, um tratamento eliminaria uma célula se - e somente se - a célula tivesse
sido diagnosticada como uma mutação. Somente as células defeituosas seriam
destruídas, praticamente eliminando os efeitos colaterais indesejados.
Com o apoio da National Science Foundation (NSF), os
pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia criaram pequenas
moléculas de RNA condicionadas para realizar esta tarefa. Sua estratégia
utiliza as características existentes em nosso DNA e RNA para separar as etapas de
diagnóstico e tratamento.
"As moléculas
são capazes de detectar uma mutação dentro de uma célula cancerosa e alterar sua
conformação para ativar uma resposta terapêutica, permanecendo inativas em presença
das células saudáveis", afirma Niles Pierce, co-autor de estudo publicado
na edição de 06 de setembro da Proceedings
of National Academy of Sciences (PNAS).
No cerne desta abordagem está o ácido
ribonucléico ou RNA, e todas as tarefas que ele normalmente executa a cada dia
para manter nossas células vivas e saudáveis. O RNA
é a contrapartida relativamente curta do DNA, o sistema de codificação que
armazena cópias completas do nosso genoma inteiro dentro de quase todas as
células do nosso corpo. Se pensarmos no DNA como a informação armazenada no
disco rígido de um computador, o RNA seria como a informação armazenada em um
tipo mais volátil de memória RAM, aquela que é apagada quando você desliga o
computador.
"Ao dissociar o diagnóstico do
tratamento, podemos criar moléculas altamente seletivas e eficazes na
identificação e eliminação de células cancerosas", disse Pierce. "Conceitualmente, pequenos RNAs condicionados têm
o potencial para transformar o tratamento contra o câncer. Muitos anos de
trabalho ainda serão necessários para verificarmos se essa promessa conceitual
pode ser uma realidade no tratamento de pacientes humanos."
Veja como funciona: o
tratamento envolve dois pequenos RNA’s. O primeiro RNA vai abrir se - e
somente se - encontrar a mutação do câncer. Um diagnóstico positivo "expõe
um sinal que marca a mutação que estava anteriormente escondida dentro do RNA.
Uma vez que este primeiro RNA está aberto, o segundo pequeno RNA liga-se a ele,
desencadeando uma reação em cadeia em que essas moléculas de RNA continuam a se
combinar para formar uma cadeia mais longa. O
comprimento da cadeia é uma parte importante do tratamento. ”Cadeias mais
longas levam a célula a pensar que foi invadida por um vírus, levando a
autodestruição em resposta.
No estudo, os
investigadores demonstraram que esta abordagem elimina efetivamente células
cancerosas do cérebro humano, da próstata e ósseas cultivadas em laboratório. Experimentos
futuros determinarão se o tratamento é eficaz em uma escala maior.
Traduzido e condensado de: http://www.sciencedaily.com
Traduzido e condensado de: http://www.sciencedaily.com
Células
cancerosas podem consumir partes de si mesmas, com a ajuda de uma proteína
Como
algumas pessoas, as células comem quando estão sob pressão – mas, consomem
partes de si mesmas. Uma proteína multi-função ajuda a controlar esta forma de
canibalismo, de acordo com um estudo publicado na edição de 06 de setembro do Journal of Cell Biology.
Células geralmente
respondem à fome ou estresse através da digestão de alguns dos seus componentes.
O processo, conhecido como autofagia celular, ajuda a libertar os nutrientes e
a limpar o lixo citoplasmático, como organelas desgastadas e proteínas
deformadas. Uma equipe liderada por pesquisadores do Instituto do Câncer da
Universidade de Pittsburgh, descobriu uma ligação entre esta forma de
reciclagem celular e uma proteína chamada HMGB1. A equipe mostrou que as HMGB1
são um tipo de proteína crítica pró-autofágica que controla a sobrevivência da
célula e os limites de morte celular programada.
Os resultados sugerem
que o bloqueio das HMGB1 poderia beneficiar pacientes com câncer, uma vez que
as células tumorais muitas vezes até praticam a autofagia para resistir à
quimioterapia, imunoterapia e radioterapia.
Traduzido e condensado de http://www.sciencedaily.com
Amazônia em chamas, cinzas e fumaça
Estou
na pequena cidade de Pimenta Bueno, no Estado de Rondônia, a serviço, desde o
dia 2 de setembro e ficarei por aqui até o fim do mês. Venho com frequência
para estes lados, mas desta vez fiquei muito impressionado com a alta densidade
de fumaça na atmosfera, que se soma a poeira do tempo seco do verão e
transforma o ar que se respira em algo áspero, que arde na garganta, arde nos
olhos, penoso de se inalar.
Uma
rápida pesquisa no Google revela dados de arrepiar: o número de queimadas
registradas em Rondônia em junho é o maior em cinco anos. Segundo dados do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em todo o mês foram
encontrados 260 focos de calor em 28 municípios. Lideram a lista: Pimenta Bueno
com 75 focos de queimadas, seguido de Porto Velho, com 42 e São Francisco do
Guaporé, com 25 focos. Comparado com o mesmo período do ano passado o aumento
chega a 622% (!). No ano anterior apenas 36 focos foram localizados. No mesmo
mês nos anos de 2008 foram encontrados 43 focos, em 2007 foram encontrados 218
e em 2006, 216 focos.
Dois
fatores principais confluem para o quadro, os climáticos e os culturais, aí
incluído o analfabetismo ambiental e o descaso das autoridades responsáveis
pela gestão do meio ambiente. Pra complicar, o fenômeno El Niño chegou mais
cedo este ano e antecipou a estiagem.
Não
ouvi nenhum candidato a cargo político falar uma palavra sobre esta verdadeira
tragédia nacional. E tome queimada!
1 Comentário:
O Homem é o único animal que destrói sua própria casa. E ainda dizem que ele é o racional....
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