domingo, 19 de setembro de 2010

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Novo tratamento para linfoma mostra-se promissor em cães

Pesquisadores da Universidade de Illinois identificaram um novo alvo para o tratamento de linfoma e estão testando uma droga nova potencial em cães afetados pela doença. Em doses baixas, o composto, chamado de S-PAC-1, interrompeu o crescimento dos tumores em três de seis cães testados e induziu a remissão parcial em um quarto. Os resultados do estudo aparecem este mês na revista Cancer Research.
O novo complexo tem como alvo uma enzima celular, procaspase-3, que, quando ativada, desencadeia uma cascata de reações que matam as células, disse Paul Hergenrother, professor de química que coliderou o estudo com Tim Fan, professor de medicina clínica veterinária.
O Procaspase-3 é uma abordagem atraente para o tratamento de câncer, parte porque a doença interfere freqüentemente na morte de células normais, parte porque muitos tumores - incluindo aqueles encontrados nos cânceres de mama, de cólon, de pulmão, linfoma, melanoma e câncer de fígado - contêm níveis elevados de procaspase-3. O novo composto é uma versão modificada da droga que os pesquisadores haviam previamente testado em ratos e em um cachorro.
O composto original, chamado PAC-1, (esta sigla não tem, obviamente, nenhuma relação com o tal conjunto de obras do governo) foi modificado por causar excitação neurológica (neurotoxicidade), mesmo em doses baixas. Para evitar este efeito, o laboratório Hergenrother produziu um derivado a partir do PAC-1, adicionando-lhe um grupo químico chamado sulfonamida. Testes em cães com linfoma espontâneo mostraram que o novo composto obtido, S-PAC-1, estabilizou ou reduziu o tamanho dos tumores, na maioria dos animais, sem neurotoxicidade. Outros efeitos secundários suaves foram minimizados ou eliminados pelas adaptações posteriores feitas para o protocolo de tratamento
Se o S-PAC-1 se mostrar eficaz e seguro no tratamento de linfomas e for aprovado pelo FDA para uso em cães e/ou humanos (um processo que poderá levar anos), ele provavelmente será adicionado ao arsenal de medicamentos já utilizados para combater o linfoma em cães e em seres humanos, e poderá ser usado em combinação com outras drogas como uma primeira opção de tratamento, ou servir como uma segunda linha de defesa, se o câncer retornar.
O estudo em cães de estimação é incomum. A maioria dos testes é feita primeiro em ratos e, em seguida, se um composto for promissor e parecer seguro, ele é testado em ensaios clínicos em seres humanos. Os seis cães utilizados neste estudo eram pacientes veterinários que espontaneamente desenvolveram linfoma.
As semelhanças entre linfoma humano e canino também parece contribuir para a conveniência dessa abordagem. "Se você olhar para as assinaturas genéticas do linfoma humano e do linfoma canino, perceberá que eles são muito, muito semelhantes, e sua resposta ao tratamento é muito, muito similar", disseram os pesquisadores. Então há muitas razões para ser otimista sobre um composto que tem algum efeito em cães, que poderá ter um efeito similar em seres humanos.
O estudo foi financiado pelo National Cancer Institute, National Institutes of Health. A nova concessão de 525 mil dólares do NCI (Instituto Nacional do Câncer dos EUA) apoiará um ensaio clínico do S-PAC em cães de companhia.
Este post foi editado (com tradução, adaptações, inserção de ilustração e editorial pelo autor) a partir de matéria publicada em http://www.sciencedaily.com/releases/2010/09/100907131506.htm 

1 Comentário:

C@rin disse...

Então... os bichinhos também desenvolvem essas doenças terríveis... O cãozinho de uma das minhas chefes está com linfoma, fazendo quimio... Tendo a chance de ser tratado, curado, é um privilegiado, pois a maioria dos cãezinhos que adoecem, ninguém nem sabe os motivos reais, uma judiação.

E melhor ainda, é ter essa notícia, de que não apenas é um tratamento promissor, como os efeitos colaterais tenham sido abrandados com tal eficiência. Muito bom!

Quanto ao Gustavo, foi um rapaz cheio de vida, de sonhos, de amor, que não se deixava abalar pela doença, lutava sem cessar, e ainda fazia muita gente feliz. Ainda estou aprendendo muito com ele.

Grande abraço.