Férias é sair da rotina. E
estas foram as mais movimentadas que já tive.
Tem
gente que prefere, principalmente os mais jovens e cheios de energia, quebrar a
rotina do dia-a-dia de forma mais agitada: praias ensolaradas diariamente, esportes
aquáticos, longos passeios de buggy
nas dunas com muita adrenalina, baladas, restaurantes da moda, compras em “novos”
shoppings e toda a gama quase
infinita de atividades lúdicas que as praias e as capitais do nordeste
brasileiro oferecem. Chega-se até a acordar mais cedo pra se ter mais tempo disponível.
Para outros, como eu, que
moro numa estufa com temperatura anual variando entre os 36 e os 40 graus e já
passei dos 50, pra variar basta uma temporada num lugar friozinho, melhor ainda
com uma bela paisagem serrana, cheiro de mato e boa música pairando no ar, um
bom livro. Cozinhar algo especial, se deslumbrar com o espetáculo do sol se
pondo em outra latitude, acordar e ir dormir mais tarde, quiçá uma bebidinha de
leve em boa companhia. Assim transcorreram minhas férias do ano passado, em
Ouro Preto, com Sandrinha: sossego, sombra e vinho tinto seco.
Desta vez, além do
deslocamento aéreo Manaus-Fortaleza-Manaus, rodamos dezenas de horas por quase
3.000 km pelas estradas do nordeste em deslocamentos a Crateús/CE, Natal/RN,
Praia da Pipa/RN, Genipabu/RN, Jericoacoara/CE e Quixadá/CE.
Fiquei vários dias,
indolentemente, tomando água de côco, picolé de cajá e de mangaba, comendo
camarão e lagosta nas praias da Ponta Negra e da Pipa, na praia do Futuro e na
praia de Jericoacoara, enquanto esperava Sandrinha adquirir “aquele” tom
dourado na pele.
Ah! – as compras! – Ia
esquecendo das compras! Tivemos que comprar mais duas mochilas grandes (uma
delas assinada pelo talentoso artesão Expedito
Seleiro) e uma valise pra acomodar o estrago em nossas economias. Fomos com
dois volumes e voltamos com oito! Uma orgia: telas da incrível arte naif nordestina (inclusive um Militão dos Santos, um Fé Córdula e dois Edilson Araújo), algum artesanato, um caleidoscópio, alguma roupa e
presentes. E ainda havia os queijos, a nata e os maravilhosos potes de doces
caseiros de dona Djanira. Até uma linda rede em algodão em cor cultivada,
natural! Mas, milagrosamente, não fizemos dívidas.
Passamos 27 dias fora de
casa. Depois de uns 20 dias curtindo e perambulando começou a bater, como
sempre, um certo banzo. Lembram do filme “E.T.
- O extraterrestre”, quando o pequeno alienígena apontava com aquele dedão
feio para as estrelas e dizia “caaaasa, caaaasa” ? Pois é, a gente começa a
lembrar da nossa cama, do nosso quarto, do nosso canto, a saudade de tudo
começa a se insinuar de vagarinho e a gente começa a imaginar como ficarão as
telas na parede, onde vai colocar isso e aquilo, e também quanto vai pagar de
excesso de bagagem. Aí começa uma espécie de retorno mental: a gente fica
dividido entre a saudade dos novos lugares que conheceu, das pessoas queridas
que vai deixar e a saudade dos que esperam o nosso regresso.
Mas no final, como no filme
do E.T., tudo contribuiu pra dar tudo certo e a vidinha retoma seu curso.
Muito feliz por voltar ao
nosso convívio aqui no blog. Aos poucos, aqui e ali, irei postando algumas das
melhores impressões que tive nestas férias e algumas fotos. Agradeço a todos os
amigos e amigas que deixaram mensagens estimulantes nos comentários. Carpe Diem.
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