Tenho consciência de que
pertenço a esse grupo de pessoas ranhetas que se vão tornando cada vez mais
exigentes em relação a lugares e companhias, à medida que o tempo vai passando.
Neste sentido concordo com o filósofo romano Sêneca quando diz que a vida
divide-se em três períodos: o que foi,
o que é, e o que será. E, destes, o que vivemos é breve,
o que havemos de viver, duvidoso e, o que já vivemos, certo. O tempo presente é
brevíssimo, amigos. Então por que não procurar aproveitá-lo da melhor maneira
possível?
Já ouvi muito se dizer que o
que importa, mesmo, é a companhia, o “papo”. O lugar e a ocasião seriam, então,
nesta ótica, “secundários”. Concordo, em parte. Nada melhor que uma boa
companhia. Afinal, quando o “papo” e a camaradagem fluem até esquecemos do
lugar onde estamos e o tempo parece voar. Mas se esse lugar comum (não resisti ao trocadilho) fosse totalmente verdadeiro,
não existiria o prazer da variação, da descoberta, do novo, da empatia, da identificação
com um local que escolhemos livremente dentro das limitações de um determinado
contexto sócio-cultural para se ser,
estar.
E não é por acaso que na língua
francesa e em todos os idiomas germânicos modernos não há diferença entre
"ser"
e “estar”. Segundo este chavão, o
mundo então não haveria de ser este lugar maravilhoso e multifacetado.
Campo-Cidade,
Praia-Montanha, Megalópole-Província, Mar-Rio, Dancing-Pub, Tropical-Temperado,
Barzinho-Fundo-de-Quintal....E não são dicotomias; apenas opções. Eu diria até que
nada melhor que uma boa companhia para se desfrutar de locais e ocasiões
singulares, agradáveis, que têm a ver com a gente e com a ambiência natural e
cultural.
Para nós, que vivemos em uma cidade abafada onde vigoram temperaturas
médias anuais de 35-37 graus, o vento que sopra nos lugares à beira-mar nas
cidades litorâneas representa um prazer quase sensual. Mas nas minhas raras
viagens de férias, de lazer, procuro fruir deste prazer fugindo dos lugares comuns, perfunctórios, caça-níqueis,
descaracterizados, daqueles lugares que você encontra aos montes espalhados
pelo mundo, sem o mínimo de colorido local.
Nessa minha breve estadia em
Belém-do-Pará tive o privilegio, a convite de um amigo, de passar dois dias com
amigos e parentes em um desses lugares fantásticos, singulares, onde o trabalho
do homem e a natureza Amazônica perfeitamente preservada se uniram, no
município de São Domingos do Capim, às margens do rio Capim, a 130 km de Belém,
cerca de 2 horas por estrada.
Imaginem um paraíso de lagos
de águas cristalinas onde os peixes estão pedindo para serem fisgados e uma
floresta exuberante, povoada com inúmeras espécies frutíferas nativas,
inclusive esta maravilha que é o açaí, que colhemos e preparamos com a
participação dos experts da fazenda.
No mais a alegria, a "cerpinha" bem gelada, a boa comida do Pará, o bom "papo", a camaradagem e o prazer de compartilhar com gente querida.
Um passeio e um lugar pra ficar na memória. Um lugar Incomum.
Créditos das fotos:
Sandrinha: fotos 6, 10, 11, 12 e 14;
Berenice:: fotos 1, 2, 5 e 8;
Eu: fotos 3, 4, 7, 9, 13, 15.
Edição de ilustração: Sandrinha
Créditos das fotos:
Sandrinha: fotos 6, 10, 11, 12 e 14;
Berenice:: fotos 1, 2, 5 e 8;
Eu: fotos 3, 4, 7, 9, 13, 15.
Edição de ilustração: Sandrinha
Comentários:
Postar um comentário