Um tratamento de
reposição hormonal já conhecido por aumentar o risco de câncer de mama também
está associado com o desenvolvimento de tumores mais agressivos. A pesquisa
envolveu o medicamento Prempro, que contém estrogênios equinos conjugados e é parente
sintético do hormônio progesterona.
Nos últimos anos, as
mulheres têm sido instadas a minimizar o uso de hormônios na menopausa, e os
novos dados reforçam essa recomendação, segundo o principal autor da pesquisa, publicada
hoje na Revista da Associação Médica Americana.
A nova informação vem
do acompanhamento contínuo de 12.788 mulheres que estavam no Women's Health
Iniciative, um grande estudo financiado pelo governo americano que comparou as
mulheres que tomavam hormônios e um grupo que recebeu placebo. O estudo foi
interrompido em 2002, três anos antes do previsto, porque os pesquisadores
descobriram que os hormônios causavam um aumento pequeno, mas significativo, no
risco de câncer de mama, doenças cardíacas, derrames e coágulos nos pulmões.
Esse estudo de 2002
teve um impacto enorme. Antes havia a crença generalizada de que os hormônios
reduziriam o risco de doenças cardíacas nas mulheres e poderiam mantê-las
atraentes e saudáveis. Na época, 6 milhões de americanas estavam tomando
hormônios, mas rapidamente o número caiu pela metade. O índice de câncer de mama
também começou a diminuir logo depois, e muitos pesquisadores atribuem essa
redução à queda no consumo de hormônios.
O novo relatório
aumentou a média de acompanhamento para 11 anos a partir do original, de 5,6
anos. Este é o primeiro relatório do Women's Health Iniciative que inclui as
taxas de mortalidade por câncer de mama relacionados ao uso de hormônios na
menopausa. Como o estudo anterior já havia mostrado, mulheres que tomam
hormônios são mais propensas a desenvolver câncer de mama invasivo. A taxa da
doença foi de 0,42% ao ano, em comparação com 0,34% no grupo placebo.
Entre as mulheres com
câncer de mama, aquelas que tomaram hormônios estavam mais propensas a ter
câncer nos gânglios linfáticos, um sinal de doença mais avançada: 23,7% contra
16,2% no grupo do placebo. E entre as mulheres que usaram hormônios ocorreram
mais mortes: 0,03% ao ano, ante 0,01% no grupo placebo. Isso se traduz em 2,6
mortes para cada 10 mil mulheres por ano, entre aquelas que usaram hormônios, o
dobro do 1,3 óbito por 10 mil no grupo do placebo. Entre as mulheres que
tiveram câncer de mama, as pacientes que tomaram hormônios também tiveram uma
maior taxa de morte por outras causas.
Não se sabe ao certo
por que as mulheres que tomaram hormônios tinham tumores mais avançados. Mas a
pesquisa anterior mostrou que o tratamento hormonal pode causar atrasos no
diagnóstico por aumentar a densidade da mama, dificultando a visualização em
mamografias.
Outra
autora do novo estudo, JoAnn E. Manson, professora de medicina na Escola de Medicina
de Harvard e do Brigham and Women's Hospital, disse que as mulheres não devem
tomar os hormônios a menos que realmente precisem deles, para sintomas
moderados a graves, que afetam muito sua qualidade de vida.
Condensado de http://www.clicrbs.com.br , com edição de
ilustração pelo autor
Pacientes
de câncer de mama em SP poderão ter óvulos conservados gratuitamente para usar
após tratamento.
A Secretaria estadual de Saúde de São Paulo
divulgou o lançamento de um programa para congelar óvulos de mulheres com
câncer de mama. O objetivo é preservar a fertilidade das pacientes que
enfrentam quimioterapia.
O hospital estadual Pérola Byington, na região
central da capital, vai oferecer o tratamento, estimado em R$ 8 mil, de forma
gratuita e para mulheres até 35 anos. É necessário que a interessada não esteja
com a doença em estágio avançado.
A retirada dos óvulos acontece entre a cirurgia de
mama e o início das sessões de quimioterapia. O ovário é estimulado e o
material é colhido para serem usados no futuro, caso o órgão vá à falência após
o tratamento contra o câncer.
Segundo Luiz Henrique Gebrim, diretor do hospital,
até 60% das pacientes tratadas com os remédios anticâncer podem ficar
inférteis, dependendo da idade, da dose e do tipo de quimioterápico usado.
"A quimioterapia destrói a população de folículos primordiais, levando à
menopausa precoce", afirma o médico mastologista.
Para entrar no programa, a mulher precisa ser
recomendada pelo médico especialista. Sobre o cadastramento, é possível buscar
informações pelo telefone (11) 3104-2785.
http://g1.globo.com
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