Em
estudo publicado em 15 de setembro de 2010 na revista científica Cancer Research, pesquisadores da UCLA's Jonsson Comprehensive Cancer Center
revelam a descoberta de como a reprogramação
das células do sistema imunológico feita pelo estresse crônico pode facilitar a progressão do câncer. O estresse
crônico atua como uma espécie de adubo
que alimenta a progressão do câncer de
mama, acelerando significativamente a propagação da doença por metástase em modelos animais. O estudo
não afirma que o estresse causa câncer, mas mostra que ele pode apoiar seu
desenvolvimento, metástase e recidiva uma vez que ele está desenvolvido.
Os investigadores
descobriram que o estresse é capaz de reprogramar
biologicamente as células do sistema
imunológico que tentam combater o câncer, transformando-as, de soldados
cuja missão é proteger o organismo contra a doença, em cúmplices. O estudo detectou
um aumento de 30 vezes na propagação do câncer em todo o corpo dos camundongos estressados
em laboratório, em comparação com aqueles que não estavam estressados.
Há tempos se acredita
que o estresse funcionaria como um combustível para o crescimento do câncer em
seres humanos. Este estudo, agora, fornece um modelo que não só demonstra que o
estresse realmente pode acelerar a progressão da doença, mas também os detalhes
do percurso por ele utilizado para alterar a biologia das células do sistema imunológico
que, inadvertidamente, acabam promovendo a disseminação do câncer para órgãos
distantes, onde é muito difícil de tratar.
"O que nós
mostramos pela primeira vez é que o estresse crônico faz com que as células cancerosas escapem do tumor
primário e colonizem órgãos distantes", disse Erica Sloan, pesquisadora do
Jonsson Cancer Center e co-autora do
trabalho.
Além de documentar
os efeitos do estresse sobre a metástase do câncer, os investigadores foram
também capazes de bloquear esses efeitos tratando animais estressados com
drogas que bloqueiam o sistema nervoso e a reprogramação das células do sistema
imunológico, chamadas macrófagos, para atuarem na promoção da metástase.
Os beta-bloqueadores, usados neste estudo
para bloquear as vias de estresse em ratos, estão atualmente sendo examinados
em várias bases de dados de câncer de mama, tal a importância de seu papel na
prevenção da recorrência e seu poder potencial de evitar a propagação do câncer. Se os resultados preliminares indicarem benefícios,
ensaios clínicos de testes com beta-bloqueadores em fases adiantadas estão
sendo considerados no Jonsson Cancer
Center como meio de prevenção da recorrência do câncer de mama. Outros
comportamentos de vida saudáveis também podem influenciar os caminhos
biológicos descritos na pesquisa, tais como exercícios e técnicas de redução de
estresse.
As pesquisas estarão focadas nas mulheres mais
jovens, porque elas podem ter uma infinidade de coisas pesando sobre elas
quando são diagnosticadas com câncer de mama. As mulheres mais jovens têm exigências
de vida geralmente mais significativas e, normalmente, estão sob mais estresse.
Este estudo,
segundo os autores, fornece evidências da relação biológica entre o estresse e a
progressão do câncer e identifica alvos para a intervenção clínica. Em função
de seus resultados, será possível dizer a um paciente, no futuro, que se ele
seguir este programa de exercícios, praticar tal tipo de meditação ou tomar tal
pílula todos os dias, ele vai ajudar a prevenir a recorrência de seu câncer.
cancernews.Tradução,
editorial e edição de ilustração pelo autor. Mais informação em http://www.cancer.ucla.edu.
2 Comentários:
Meu querido,
Não deixei de segui-lo, até porque não haveria motivos pra isto, visto que aprecio muito o seu blog e, principalmente, a sua forma de se expressar, além do que você é primoroso na escolha dos assuntos aqui postados.
É uma honra poder fazer parte do quadro dos seus seguidores!
Beijo
Ah! Estou firme e forte como sua seguidora...e, aqui no seu blog, estou diante da Torre Eiffel...
Procure-me com atenção que irá me achar...
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