Pacientes
que enfrentaram o câncer de mama e foram tratados com a droga genérica
tamoxifeno durante cinco anos têm menos chances de sofrer uma recidiva da
doença do que aqueles medicados por apenas dois anos, concluiu estudo realizado
por cientistas do Instituto do Câncer da Universidade Global de Londres. A
pesquisa, publicada no Journal
of Clinical Oncology, acompanhou 3.500 pacientes durante dez anos. Foi registrada reincidência
do câncer em cerca de 40% dos pacientes que usaram o medicamento por cinco
anos, ante o reaparecimento de 46% entre os que não usaram.
"Mulheres
diagnosticadas com câncer de mama em estágio inicial recebem a prescrição do
medicamento por cinco anos, mas sabemos que muitas suspendem a medicação depois
de dois ou três anos", diz o pesquisador Allan Hackshaw.
"Infelizmente nossos resultados sugerem que, ao fazer isso, elas aumentam
as chances de voltar a ter a doença."
Utilizado
há cerca de 30 anos, o tamoxifeno é amplamente indicado por especialistas como
complemento à cirurgia e à quimioterapia. A droga é responsável por reduzir as
chances de uma mulher desenvolver câncer de mama ao interferir na atividade do
estrogênio no corpo.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, o medicamento tem efeitos colaterais, como o aumento de risco de coágulos no sangue, do desenvolvimento de câncer uterino e de catarata. No entanto, os especialistas defendem que os benefícios da droga superam seus eventuais danos.
O
câncer de mama mata por ano cerca de 500.00 pessoas em todo o mundo. Anualmente
também são diagnosticados 1,3 milhão de casos da doença.
Além de
diminuir as chances do retorno do câncer, o tamoxifeno, quando tomado durante
cinco anos, também reduziu as chances de problemas cardíacos. Esse efeito foi
mais forte em mulheres que enfrentaram o tumor entre 50 e 59 anos de idade.
Nesse grupo, os riscos de doenças cardíacas caíram 35%.
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O uso
desta droga deve ser avaliado muito seriamente, considerando a relação
custo-benefício. É verdade que o tamoxifeno pode apresentar efeitos colaterais,
alguns deles bastante sérios.
Entre
mil mulheres de 52 anos, o medicamento poderia causar 21 casos adicionais de
câncer endometrial - um câncer no revestimento uterino que é tipicamente
tratável quando descoberto bem cedo.
Além
disso, 21 mulheres desenvolveriam coágulos sanguineos, 31 teriam catarata e 12
desenvolveriam problemas sexuais.
Mais da
metade das mulheres desenvolveria ainda sintomas hormonais, como ondas de
calor, alterações na descarga vaginal ou menstruação irregular.
Isso é que é solidariedade!
Ann
Cross, de 60 anos de idade, foi diagnosticada com a doença em 2000 e se
submeteu a um extenso tratamento desde então. No ano passado, seu marido, Paul
Cross, de 64 anos de idade, também foi diagnosticado como tendo câncer de mama
depois de descobrir um caroço no peito.
Ela conta que foi um ''forte choque''
quando descobriu que seu marido também sofria de câncer de mama, ainda maior do
que quando ela foi diagnosticada com a doença. ''Foi um choque. Provavelmente
um choque maior, de certa forma, porque pareceu totalmente inesperado.''
Paul Cross afirma que quando
descobriu ter um caroço no peito suspeitou que pudesse ser câncer, porque
conhecera outro homem que tivera a mesma doença. ''Eu estava no chuveiro num
certo dia e achei que havia um pequeno caroço no meu peito. Apalpei e vi que
era do tamanho de uma ervilha.''
Algumas semanas após ter sido
diagnosticado, ele se submeteu a uma mastectomia. Sua mulher, afirma, lhe deu
forte apoio, após ter sido submetida à mesma operação, ajudando-o no processo de recuperação.
''Depois da operação, Ann foi capaz de me contar algumas coisas sobre como eu
iria me sentir.''
O casal tem
participado de ações e eventos em prol de uma maior consciência sobre a doença,
apoiando entidades que lutam contra o câncer de mama, na cidade britânica de
Newcastle. Eles contam que participam desta maneira porque querem dar algo de
volta, agora que os dois já superaram a doença.
Fonte: estadao.com.br