Um grande ensaio, conduzido por pesquisadores do Reino
Unido e apresentado na 52ª reunião anual
da Sociedade Americana de
Hematologia,
que termina hoje em Orlando, nos EUA, pode representar uma abordagem
completamente nova para o tratamento de um câncer comum do sistema imunológico,
o linfoma
folicular
(FL). Atualmente, muitos pacientes com este tipo de câncer não recebem qualquer
tipo de tratamento e são mantidos sob observação, "observar e
esperar" ( watch and wait) até que eles comecem a apresentar sintomas.
Quando os sintomas aparecem, os pacientes têm de iniciar um tratamento que inclui
a quimioterapia.
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o entanto um novo
estudo, conduzido no Reino Unido, contradiz eficazmente esta prática,
proporcionando a primeira evidência forte de que o momento de iniciar a quimioterapia e o tempo de progressão
do câncer podem ser prorrogados por mais tempo, se os pacientes forem tratados
com o anticorpo alvo MabThera (rituximab) imediatamente
após o diagnóstico, em comparação a “observar e esperar”. Como o tratamento com
rituximab é uma imunoterapia
com anticorpos monoclonais, seus efeitos colaterais são bem menos
agressivos que aqueles observados na administração da quimioterapia
convencional.
O estudo,
conduzido por médicos do University
College London Hospital, investigou o que
acontece quando os pacientes recebem tratamento com o rituximab antes do
surgimento dos sintomas e permanecem nele por dois anos. Os resultados
mostraram que após três anos, 91% dos pacientes que receberam monoterapia com
rituximab como indução e manutenção (quatro doses semanais seguidas por doses
de manutenção uma vez a cada dois meses por dois anos) foram poupados de quaisquer
terapias citotóxicas (que danificam
as células indiscriminadamente, quimioterapia ou radioterapia), em comparação
com 48% dos pacientes que não receberam tratamento no momento do diagnóstico (grupo
“observar e esperar”).
Ao mesmo tempo, 81%
dos pacientes que receberam terapia de indução e rituximab estendida não tinham
experimentado nenhum agravamento da doença (sobrevida livre de progressão) em
três anos, em comparação com 33% dos pacientes do grupo “esperar e observar”.
"Nós encontramos
uma outra maneira de controlar esta doença em seus primeiros anos",
comentou o Dr. Kirit Ardeshna, do University College Hospital, Londres, e investigador-chefe do estudo. "Para
muitos pacientes é importante poder retardar o início da quimioterapia e para
eles os resultados deste estudo são um grande avanço."
"Os efeitos
colaterais da quimioterapia podem influir muito negativamente na qualidade de
vida de alguém, razão pela qual a conduta “esperar e observar” vinha sendo
adotada até agora, por se julgar ser a
melhor opção para os pacientes", comentou Sally Penrose, diretora executiva
do Lymphoma Association. "No entanto, uma nova opção, que atrasa ainda
mais a necessidade de se passar pela quimioterapia é uma notícia fantástica
para milhares de pessoas no Reino Unido que vivem com esse tipo de
linfoma."
O linfoma
folicular é uma forma de crescimento lento de linfoma não-Hodgkin (LNH),
caracterizada por períodos de remissão e de recaída e afeta mais de 15 mil
pessoas no Reino Unido. Como o FL é um câncer incurável, o objetivo primário do
tratamento é manter a doença sob controle o maior tempo possível, permitindo
que as pessoas tenham uma vida quase normal.
Traduzido e
condensado de matéria publicada em medicalnewstoday.com em 07/12/2010. Leia original aqui.
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