A aspirina (ácido
acetil salicílico) é mais velha que Hipócrates, o pai da medicina. Extratos de casca
de salgueiro (árvore donde é extraído o ácido salicílico), contendo seu
princípio ativo, foram utilizados desde o neolítico, por suas propriedades
analgésicas, antiinflamatórias e antitérmicas. Desde 1899, a lista de seus
benefícios alonga-se constantemente. Já está sedimentada e reconhecida
clinicamente a sua ação como antiagregante plaquetário, o que protege o coração
de isquemias e o cérebro dos
temíveis acidentes vasculares (AVC). Admite-se, doravante, para a aspirina um
papel "adjuvante" contra o câncer.
A
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ingestão
diária de uma aspirina reduz o risco de
morte por câncer em 21% após cinco anos de uso, e os benefícios parecem
aumentar com o tempo, persistindo por 20 anos em muitos casos, revelaram
investigadores britânicos em um artigo publicado no The Lancet, após a coleta de
dados de oito estudos clínicos envolvendo 25.570 participantes que já estavam
em terapia com aspirina, pelo menos há quatro anos. Em todos os casos os
ensaios colocaram a aspirina em comparação a um placebo.
Eles também
descobriram que o risco de morrer por qualquer causa (não apenas de câncer) foi
10% menor para aqueles que tomavam 75 mg de aspirina por dia. As doses de
aspirina nos oito ensaios variou de 75mg a 500mg por dia. Os ensaios estudados
foram realizados originalmente para a prevenção de eventos vasculares.
Estudos anteriores
haviam sugerido que pode haver benefícios na terapia com aspirina a longo prazo
contra o câncer de cólon. Este é o primeiro estudo, os autores explicam, para
mostrar que a aspirina protege contra outros tipos de câncer, como o de esôfago,
pulmão, gastrointestinais, cérebro e pâncreas.
Os autores dizem que suas descobertas têm implicações para as diretrizes de uso de aspirina, bem como na compreenção do processo de desenvolvimento do tumor (carcinogénese) e o impacto da intervenção medicamentosa.
Os autores dizem que suas descobertas têm implicações para as diretrizes de uso de aspirina, bem como na compreenção do processo de desenvolvimento do tumor (carcinogénese) e o impacto da intervenção medicamentosa.
Eles explicaram
que suas descobertas levam a crer que os benefícios da aspirina diariamente
para aqueles com 45 anos ou mais superam os eventuais riscos de efeitos
colaterais. Historicamente, a relação do uso da aspirina a longo prazo com o
risco de sangramento intestinal tem feito muitos médicos deixar de prescrevê-la.
Contudo, sabemos que a aspirina em baixa dose diária a longo prazo pode
proteger de eventos cardiovasculares e acidente vascular cerebral.
Segundo o estudo, aspirina diária e a longo prazo pode reduzir:
Segundo o estudo, aspirina diária e a longo prazo pode reduzir:
- o risco de
câncer de próstata em 10%
- o risco de
câncer de pulmão em 30%
- o risco de
câncer do intestino em 40%
- o risco de
câncer de esôfago / garganta em 60%
O líder do estudo,
Peter Rothwell, da Universidade de Oxford, Inglaterra, tem tomado
aspirina diariamente nos últimos dois anos. Ele acredita que as descobertas de
sua equipe terão um grande impacto nas políticas de saúde pública. E acrescenta
que uma aspirina por dia parece ser mais benéfico do que prejudicial.
Os investigadores
pensam que o melhor momento para começar a ingestão diária de aspirina seria
quando aumenta significativamenteo risco de a maioria dos cânceres surgirem, a
partir dos 40 anos.
Mas a aspirina não
é a única medida necessária para reduzir os riscos de câncer. Estilo de vida e
hábitos saudáveis, não fumar ou beber em excesso e ter uma dieta saudável, em
conjunto, têm um papel importante a desempenhar. As pessoas não devem ignorar
os sintomas de alerta, como sangramento retal, especialmente se associada a dor
abdominal, alteração do hábito intestinal ou perda de peso."
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