Análise de 26 tipos de câncer revela locais onde o DNA genômico está
ausente. A maioria
das anormalidades genéticas não são exclusivas de uma única forma de câncer, e,
sim, compartilhadas.
Uma equipe internacional de pesquisadores publicou
na revista Nature uma análise do genoma de 26 tipos de câncer, revelando mais
de 100 locais onde o DNA genômico dos tumores está ausente ou irregularmente
repetido em relação aos tecidos normais.
O estudo demonstrou que a maioria destas
anormalidades genéticas não são exclusivas de uma única forma de câncer, e,
sim, compartilhados por vários outros tipos da doença. Os cientistas se
concentraram em uma mudança específica, onde segmentos de DNA de um tumor
apresentavam cópias anormais, ou seja, em vez de dois exemplares, os tumores
geralmente apresentavam ausência ou várias cópias de um pedaço de DNA. Segundo
a pesquisa, estas anomalias genéticas são conhecidas como cópia somático-número
de alterações, ou SCNAs.
Os pesquisadores entendem que novos tratamentos
devem ser realizados com base no mesmo tipo de modificação genética. Liderado
por cientistas dos institutos Dana-Farber e Broad, o estudo apresenta os dois
genes, MCL1 e BCL2L1, que podem atuar na manutenção do crescimento do tumor em
muitos casos da doença.
"Nossos resultados mostram que muitas
alterações do genoma são universais através de diferentes tipos de câncer",
explica Matthew Meyerson, autor sênior da pesquisa. "Embora soubéssemos
das semelhanças entre alguns tipos de câncer, o grau em que tantas alterações
são compartilhadas nos surpreendeu" conclui.
Eles coletaram amostras de mais de 2.500 tumores,
representando mais de 20 tipos de câncer, incluindo o de pulmão, próstata,
mama, ovário, cólon, esôfago, fígado, cérebro e do sangue. Utilizando um chip
"genômico", os pesquisadores analisaram o DNA dessas amostras, e
combinaram os resultados com os dados disponíveis a partir de 600 amostras de
tumor.
Com isso foram capazes de montar um catálogo
detalhado de SCNAs presentes em vários tipos de tumores. Uma das alterações
mais frequentes tende a aparecer em dois tamanhos, um relativamente longo,
sobre o comprimento de um cromossomo inteiro; ou curto, como um braço de
cromossomo, compreendendo 0,03% do genoma humano.
Foram identificadas 150 anomalias que não eram
anteriormente associadas ao crescimento celular do câncer. Durante a avaliação,
os pesquisadores verificaram que elas atuavam em importantes funções biológicas
do câncer, tal como a morte celular. "Esses dados significam um importante
recurso para a descoberta do gene do câncer, mas eles são apenas um primeiro
passo. Com a revolução tecnológica em curso, será possível decodificar o genoma
de milhares de cânceres e revelar todas as alterações genômicas." disse
Meyerson.
Os resultados da nova pesquisa sugerem que a
terapia genética pode incrementar a abordagem contra o câncer, no futuro.
Isaude.net
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